terça-feira, 8 de março de 2011

“O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade.”

Citação de Albert Einstein


Desporto deve ser uma festa!

Neste momento as pessoas devem-se estar a interrogar: o que tem a ver citação de Albert Einstein, com o facto do desporto ser uma festa? Tudo e nada ao mesmo tempo.

Nestes dias de férias de Carnaval desenrolou-se o distrital de Aveiro de jovens. Para mim o desporto jovem tem de ser festa. Aliás nem pode ser doutra maneira. Provavelmente a maior parte dos jovens vai deixar de jogar xadrez daqui a uns anos, e o que vai restar ai?

Os bons momentos, o companheirismo, a amizade a competição salutar e sentir que a prática de uma modalidade desportiva foi importante para a nossa formação social e pessoal. Infelizmente o que verificamos hoje em dia é a rivalidade doentia, a competição desleal, o tentar ganhar a todo o custo, como se a consequência fosse mais importante que a causa.

Praticar desporto e fazer algo que gostamos tem de ser mais importante que 1 mero troféu que possamos ganhar e guardar na arrecadação da nossa casa.

Isto a propósito dum episódio que felizmente não presenciei, mas que me foi contada por diversas pessoas da organização e mostra ao que chegou o nosso país em termos de degradação de valores sociais, morais e éticos.

Na parte final duma das sessões um RESPONSÁVEL de um clube - frisei a negrito e em letras maiúsculas, porque pela palavra responsável entendo como alguém que seja um exemplo de confiança, respeito e dignidade para os demais - estando momentaneamente autorizado a permanecer numa área restrita aproveitou o facto de um jogador SUB-10, e escrevo novamente a negrito para não haver dúvidas SUB-10 de outro clube perdesse contra um jogador do seu clube para muito alto dizer as palavras. “TOMA. BEM FEITO” Meu deus! É mesmo verdade? A nossa sociedade chegou mesmo a esta ponto execrável? Pessoalmente não me surpreende, porque este elemento ao longo dos anos sempre me habituou a comportamentos desta natureza... O que realmente me deixa chocado, e aí entra a citação acima descrita, é como é possível as pessoas de bem permitirem situações destas.

Da parte da organização, apesar do aviso que tais comportamentos não seriam mais tolerados, continuou a permanecer no recinto de jogo como se nada se tivesse passado.

Da parte dos pais, tudo aparentemente normal, como se qualquer vitória fosse mais importante que o desenvolvimento cívico do ser humano. Além do mais quem pode garantir que amanhã não será a outro adversário, outrora companheiro de equipa?

Da parte da entidade empregadora, será possível e admissível ter nas suas fileiras alguém que proporcione um exemplo tão mau a jovens?

O jovem que ouviu o energúmeno naturalmente impressionável, pela sua tenra idade chorou. Mas e o jovem que ganhou, que certamente também ouviu: Que terá pensado? Ganhar acima de tudo? Ou companheirismo e amizade?


Fica para cada um a resposta.

2 comentários:

  1. A rivalidade doentia, a competição desleal, o tentar ganhar a todo o custo são no fundo os exemplos de um país futeboleiro e com uma degradação total na educação quer na escola, quer em casa. Relativamente ao xadrez é curioso que há alguns anos, presenciei exactamente o contrário ou seja, um indivíduo dito "RESPONSÁVEL" de clube a troçar de soslaio da derrota de elementos do seu próprio clube! Ou ainda, a enviar alguém na sua vez para participar numa equipa, quando sabia de antemão por comunicação pessoal vinda do outro clube que iria existir uma falta de comparência precisamente nesse tabuleiro!
    Concordo por isso plenamente com a frase de Einstein aplicada ao xadrez nacional. O problema não é a proliferação de algumas ovelhas negras e sim o bando de carneiros que estando em contacto ou presenciando essas atitudes, nada fazem! Depois, surgem problemas muito maiores por causa da permissividade, quando um desses energúmenos apanha pela frente alguém que o ponha na ordem, mas na maioria das vezes o resultado é apenas gerar-se mais problemas e conflitos com regras e árbitros e discussões em bola de neve por não se ter acabado logo o problema á nascença! Depois, é vê-los até a candidatarem-se a listas da FPX!! Como é isto possível?? Como é possívelpessoas sem ética e fair-play ou educação e formação chegarem a cargos de decisão ditos "RESPONSÁVEIS"? Esse indivíduo do "TOMA BEM FEITO" devia-lhe ser aplicada uma sanção de ficar impedido por um ano (para começar) de frequentar torneios e claro que completamente impedido de liderar seja o que for, muito menos equipas de crianças ou jovens. Enquanto, não for criado um organismo (por gente equilibrada e não sómente dizer-se por gente há muito no xadrez porque ixestem há muito também muitos inergúmenos ou incapazes) para aplicar sanções por falta de ética, fair-play, etiqueta, faltas de comparência não justificadas, observar torneios, etc o xadrez dificilmente entra na ordem, ainda para mais se começarem a chegar jovens que já vêm com muito maus exemplos das escolas e da falta de educação reinante de hoje em dia. Por vezes quando oiço a música antiga do apelar ao xadrez nas escolas e captar jovens para a modalidade, até me assusto! O xadrez é apenas um micro-cosmos do país e enquanto não houver ordem e disciplina ou as pessoas aprenderem que passam a ser responsáveis pelos seus actos e que cargos de chefia têm de ter por base VALORES, é estar a querer construir-se um edifício que está á partida dinamitado nos seus alicerces. Quanto ao trocista de cargo responsável e sem ética, educação e fair-play com quem me deparei no passado, tomei providência de me queixar a responsáveis por uma multiplicidade de outras condutas e como resultado o clube fechou (apesar de pouco depois ter aberto com o mesmo nome em dois outros lugares e com o mesmo seccionista!), apesar de na altura me ter deparado com a atitude que Einstein refere de passividade da carneirada que a meu ver é a pior atitude no xadrez porque permite a continuidade deste status quo que é podre na sua essência e só leva a que muitas outras boas pessoas se afastem da modalidade e isso tem sido um facto indismentível ao longo dos anos. Por isso, afirmo que o maior problema do xadrez português, não são estatutos, nem artigos mas sim pessoas e valores! Einstein tem toda a razão!

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  2. E com apreço que registo o comentário do leitor, mas agradecia que em ocasiões futuras se identificasse.

    Obrigado

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