Antes de começar este meu artigo de opinião queria demonstrar todo o meu apreço pelas pessoas que abdicam do seu tempo para permitir que pessoas como eu possam jogar torneios. Apesar disso acho que se instalou um ciclo vicioso no xadrez português que em nada vai permitir a sua evolução.
- No domingo passado desloquei-me a Coimbra para jogar um torneio de semi-rápidas. Sem querer ofender ninguém a organização foi simplesmente catastrófica. Aconteceu um pouco de tudo: desde os habituais locais inadequados para a prática da modalidade e atrasos inconcebíveis antes da 1ª jornada (que me custa sempre entender o motivo) - até aos pouco usuais atrasos na 1ªronda da parte de tarde, cobrança de inscrição a jogadores titulados e a incrível espera de quase 1 hora na entrega de prémios.
O que eu penso é que a maior parte de organizadores acreditam genuinamente que nos estão (jogadores de xadrez ) a fazer um grande favor. Nós somos os pobres coitados que todos os dia devemos agradecer a Deus e seus apóstolos existirem almas caridosas que nos permitam jogar um torneio de semi-rápidas de 3 em 3 meses.
Uma das coisas mais tristes que observo na envolvência da modalidade é o desprezo da pessoa comum relativamente ao jogo. Mas como podemos nós condenar tal, quando são os próprios agentes da modalidades a maltratá-la?
Acho que, só quando os jogadores de xadrez, cansados destas situações, começarem a pouco e pouco a desertificar os torneios é que os organizadores vão compreender que se o xadrez é uma arte, deve ser tratado como tal e proporcionar as condições necessárias para que seja possível a sua máxima expressão.
Para terminar uma última deixa: o trabalho de realizar uma tarefa bem feita é o mesmo de realizar a tarefa de maneira incorrecta.
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