Paulo Fanha num torneio oficial em 2012 |
segunda-feira, 30 de novembro de 2015
Entrevista com Paulo Fanha
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
terça-feira, 8 de março de 2011
“O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade.”
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Carta Aberta de um Xadrezista
Sem querer entrar em polémicas desnecessárias penso ser um documento que nos deixa a reflectir sobre o futuro da modalidade em Portugal.
"Santarém, 20-12-2010
Tive sérias dúvidas se deveria ou não escrever este texto...
Confesso que tenho muito pouca paciência para discutir regulamentos, associações, federações, legalismos bacocos, e demais atentados contra a liberdade no xadrez.
Os regulamentos e legislação devem existir para servir uma comunidade e nunca o contrário.
Entendo as diversas organizações como forma de aglutinar TODOS os xadrezistas e não como matéria de divisão.
Confesso ainda que li na diagonal todos os mails que me foram endereçados pelo Rúben Elias, e que a maioria são coincidentes com a minha posição desde o primeiro momento.
Quero esclarecer apenas que me fartei do xadrez de cordel em que a FPX se transformou após a saída do Dr. Luís Costa.
Sobre este presidente, quero esclarecer que admito que tenha cometido inúmeras ilegalidades, que por vezes o tomasse como tendo ideias megalómanas, mas de uma coisa nunca duvidei: o homem gostava de xadrez (à sua maneira) e procurou elevar dentro das suas possibilidades o xadrez a um patamar superior.
Se o conseguiu ou não, não me compete analisar. Haverá certamente pessoas muito mais habilitadas do que eu.
A minha opinião pessoal é que com todas as vicissitudes de forma, esse presidente procurou o que achava melhor para o xadrez, e mais importante, ouviu os xadrezistas e as suas propostas, independentemente do mais absurdas que pareciam ser.
Relembro a discussão que na altura tive com ele, acerca da forma de comunicar os resultados dos encontros dos nacionais por equipas.
Esgrimimos argumentos, eventuais problemas, e no final reconheceu que a minha proposta era a correcta, e ainda hoje está em vigor.
A partir daí, comecei a ver a Direcção da FPX como uma dança de cadeiras ocupadas por autistas que se julgavam estar muito acima dos xadrezistas e dos clubes!
Grupos de interesses, pessoas bem intencionadas que foram “nokauteadas” e abandonaram a modalidade, e muitos bajuladores com interesses directos e que adaptam os regulamentos e as iniciativas, aos seus interesses pessoais/grupais.
Por diversas vezes, e através de diversos meios fiz chegar propostas do que deveria ser a competição em Portugal.
Na maior parte das vezes, o que consegui foi animosidade como se o meu interesse fosse apenas dizer mal.
Disso fui acusado, e de muitas outras coisas, inclusivé de procurar protagonismo...
Só quem não me conhece, e que não faz ideia do meu perfil pessoal o pode dizer.
Mas tudo valeu! De tudo fui acusado, e tudo serviu, inclusivé atacar, e prejudicar um clube que tenta sobreviver sem qualquer apoio estatal ou privado.
Mas passemos ao que interessa que a introdução já vai longa...
Há 3 ou 4 anos fui provavelmente a primeira e única pessoa a insurgir-me contra um regulamento feito em cima do joelho e que nada tinha a ver com os legítimos interesses da maioria dos xadrezistas ou dos clubes.
Procurei numa 1ª abordagem chamar os responsáveis à razão de uma forma divertida e que não melindrasse ninguém.
O humor é talvez a única forma que conheço do fazer...
Fiquei a falar sózinho e nessa altura nem reacções negativas sofri. Simplesmente fui ignorado!
Depois, passei a demonstrar a forma como o famigerado artigo 36º foi aprovado ( à boa forma partidária) , quais os votos a favor, quais os votos contra (Zero!!!) e os votos “nim”.
Aí, já a coisa piou mais fino!
A “golpada” foi desmascarada e alguns já saltaram da toca. Os interesses tinham sido postos em causa! Os responsáveis nunca deram a cara e mandaram os seus lacaios como tropa de choque.
A FPX em nome “dos jovens” passou a alimentar uma série de pessoas e os resultados financeiros e competitivos estão à vista!
Muito haveria a dizer sobre a relação custo/benefício,mas isso ficará para outros...
Relembro apenas que foi proposto um modelo de competição que não só resolveria a actual situação de polémica em que ninguém se entende, como, no futuro seria um modelo adaptado à situação portuguesa.
Faço só notar que o modelo “futeboleiro”, com 3 divisões e distritais só deveria ser aplicado com centenas/milhares de equipas.
Num panorama como o nosso, a pirâmide não se justifica.
Não temos equipas suficientes e com qualidade que alimentem o modelo.
Mas, acredito que a situação ainda irá piorar.
A partir de agora, além da claúsula polémica, vamos ter mais torpedos para afundar o xadrez!
Com a exigência de que todos os clubes apresentem estatutos e publicações em Diário da República, vamos assistir a que mais umas dezenas de clubes com situação irregular desapareçam da competição.
É o custo da subsidio-dependência deste Estado irracional.
Para concluir, quero apenas dizer-vos que escusam de me responder, ou de procurar envolver-me em qualquer tipo de polémica.
Para esse “peditório” já dei! Não quero protagonismo, nem pretendo continuar a ser um “Quixote do xadrez”.
Espero apenas que reflictam, que pensem no interesse de toda uma comunidade: xadrezistas semi-profissionais, amadores, clubes semi-profissionais e clubes totalmente amadores.
Este nobre jogo, ou desporto, merece que não o deixem morrer. O xadrez está muito acima de FPX’s, IDP’s, APMX’s e outras siglas que pouco me dizem.
Eu, retiro-me, e esta será provavelmente a última vez que ouvirão falar num tipo chamado António Russo, que era federado, que sempre gostou muito de xadrez, mas que se fartou de todo o cenário dantesco que o envolvia.
Deixo de ser federado, e por isso não tenho o direito de opinar sobre os meandros federativos.
A todos os que verdadeiramente gostam de xadrez, e que sei que são muitos, aqui vai o meu abraço.
António Russo "
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Análise Partida José Padeiro-António Lago
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Organização de Torneios de Xadrez
- No domingo passado desloquei-me a Coimbra para jogar um torneio de semi-rápidas. Sem querer ofender ninguém a organização foi simplesmente catastrófica. Aconteceu um pouco de tudo: desde os habituais locais inadequados para a prática da modalidade e atrasos inconcebíveis antes da 1ª jornada (que me custa sempre entender o motivo) - até aos pouco usuais atrasos na 1ªronda da parte de tarde, cobrança de inscrição a jogadores titulados e a incrível espera de quase 1 hora na entrega de prémios.
Uma das coisas mais tristes que observo na envolvência da modalidade é o desprezo da pessoa comum relativamente ao jogo. Mas como podemos nós condenar tal, quando são os próprios agentes da modalidades a maltratá-la?
Acho que, só quando os jogadores de xadrez, cansados destas situações, começarem a pouco e pouco a desertificar os torneios é que os organizadores vão compreender que se o xadrez é uma arte, deve ser tratado como tal e proporcionar as condições necessárias para que seja possível a sua máxima expressão.
Para terminar uma última deixa: o trabalho de realizar uma tarefa bem feita é o mesmo de realizar a tarefa de maneira incorrecta.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Medidas para melhorar o xadrez em Portugal
Sendo assim propunha estas medidas como forma de reabilitação do nosso xadrez.
1. Aumento das taxas de filiação
Eu sugeria um aumento significativo das taxas de filiação. 24 euros para os seniores, 12 euros para os jovens a partir dos sub-14, 4 euros para os restantes. Em contrapartida a Federação obrigava-se a entregar uma revista a cada jogar num determinado período de tempo a determinar.
Vantagens:
-A 1ª vantagem seria clara, o aumento de receita que poderia melhorar em quantidade e qualidade o quadro competitivo.
- Passar uma imagem que o xadrez é um desporto forte e que não é necessário quase que pagar para termos jogadores.
- A certeza que a revista iria ser bastante útil e consequente aumento técnico dos jogadores, principalmente dos jovens.
Desvantagens:
- Possivelmente a curto prazo o número de jogadores iria diminuir, mas não me conseguem fazer acreditar que quem realmente gosta do jogo, iria deixar de se federar por causa uma taxa de 2 euros por mês. Provavelmente a médio e longo prazo os jogadores que se iriam perder seriam recuperados.
Esta medida parece-me fundamental, neste momento não vislumbro outra maneira de a curto prazo angariar receitas que possam melhorar o nosso quadro competitivo.
2. Alterar o modelo dos Nacionais de Jovens
O actual modelo de Nacionais de Jovens está completamente desfasado do que deve ser um torneio de formação de jovens valores. Neste momento o que assistimos são a campeonatos de qualidade muito duvidosa, principalmente em escalões mais baixos, poucas rondas para determinar o escalonamento correcto dos valores e rondas duplas para aumentar o grau de lotaria. E compreensível que o Nacional de Jovens seja uma festa do xadrez em Portugal, mas é necessário encontrar um equilíbrio. O que eu propunha era uma fase final fechada entre os 8 primeiros classificados de cada escalão ( talvez nos sub-18 e sub-20 tal não se justificasse ).
Vantagens:
- Maior justiça na classificação
- No espaço que intermedeia a fase de apuramento e a fase final, os jovens teriam um incentivo extra para se dedicar ao jogo, e como consequência existiria um aumento do nível técnico.
Desvantagens:
- Os custos iriam aumentar, mas se não investimos nos nossos jovens, investimos em quem?
3. Apoios aos melhores Jogadores Nacionais
Esta medida é mais importante que as pessoas pensam. Não adianta formarmos jovens valores, e o valor médio do jogador em Portugal aumentar, se em contrapartida o que lhe podemos oferecer e 0 ou quase 0. Neste momento ironicamente é mais divertido ter 1600 que 2100, 2200 ou 2300 em Portugal! O motivo é claro, não existem torneios adequados para os jogadores dessa faixa de elo.
Os apoios podem ser de vários níveis, desde financeiros a participação em torneios com vista a obtenção de normas.
Vantagens:
- O nível em Portugal iria aumentar exponencialmente, e os nossos jovens iriam finalmente poder acreditar que existiria uma recompensa pelo trabalho.
Desvantagens:
-Não encontrei nenhuma.
4. Reformulação da 1 divisão Nacional por equipas
A 1ª divisão é um torneio aberrante. Não há que ter meias palavras. Qual é a lógica de durante 9 dias termos jogadores fortes a competir no nosso país se isso não traz uma mais-valia nem reflecte o estado do nosso xadrez? Serve somente para os dirigentes se vangloriarem que possuem uma equipa na 1ª divisão. Eu pessoalmente acho que os estrangeiros são úteis, mas é necessário existir um maior equilíbrio. Proponho o seguinte: todos os clubes da 1 divisão seriam obrigados a efectuar um torneio aberto em que seria necessário que os jogadores da equipa participassem.
Vantagens:
- Os jogadores fortes que participam na 1ª divisão, iriam realmente ser uma mais-valia para o xadrez nacional, porque iriam estar em contacto com os jogadores portugueses.
- Iria diminuir o número de clubes fantasma ( clubes que só têm actividade 9 dias por ano)
Desvantagens:
- Não encontro nenhuma, mas provavelmente a maior parte dos dirigentes dos clubes da 1ªdivisão vai-se opor. E muito mais fácil e mediático gastar dinheiro em jogadores por 9 dias, do que organizar um torneio para a comunidade.
P.S. Devíamos condecorar quem teve a brilhante ideia de aumentar o número de equipas na 1ª divisão, e a obrigatoriedade de possuir escalões de formação. Os resultados brilhantes estão à vista; homologação de torneios feitos à portuguesa, clubes a desaparecer, clubes da 1ªdivisão com faltas de comparência colectivas e individuais, 2 e 3 divisão com nível a decrescer e campeonatos distritais a esvaziarem. Deixo só esta interrogação: tem lógica haver tantas equipas na 1ªdivisão de xadrez como na de futebol? Fica para cada um a resposta.
5. Incentivos à organização de torneios de qualidade
Acho muito útil os torneios que são feitos para a massa crítica em Portugal, torneios direccionados para jogadores entre os 1400 e 1900, mas penso igualmente que é necessário existir um equilíbrio sob pena dos jogadores mais fortes se desmotivarem e irem simplesmente abandonando a modalidade. Dou um exemplo, no distrito onde eu jogo ( Porto ), existem imensos torneios de semi-rápidas onde os melhores jogadores nunca comparecem, e não vejo ninguém a preocupar-se com isso. Porque será? Acho que é fundamental o incentivo à qualidade seja ele de que maneira for feito. E necessário mais torneios como o da Figueira da Foz e Odemira!
6. Criação de departamento de Marketing e Comunicação na FPX
Depois de todas as outras medidas serem tomadas, a imagem do xadrez será mais forte e credível. Nessa altura será fundamental passar essa mesma boa imagem para o exterior, com vista a angariação de apoios que permitam manter ou aumentar o nível.
Nota Final:
Estas medidas não são assim tão difíceis de serem tomadas, é necessário ter coragem, acreditar que seguimos o rumo certo, e deixar de lado as vitórias pessoas e trabalhar em grupo para a vitória da comunidade.
terça-feira, 20 de abril de 2010
A cultura desportiva do nosso país e as suas consequências no Xadrez
A nossa cultura desportiva está unicamente vocacionada para o futebol, e mesmo dentro dessa modalidade praticamente só contam 3 emblemas. De quem é a culpa?
Os media são os grandes culpados. Se folhearmos um jornal desportivo, 80% é futebol e dentro dessa percentagem metade é concedida aos 3 grandes. Consequências?
Simples: os jovens crescem com histerismo relativamente ao futebol, serão provavelmente adeptos de um dos 3 grandes, tentarão ser jogadores de futebol, a maior parte não conseguirá, os outros desportos serão vistos como o patinho feio e continuarão a ser constantemente marginalizados .
Para mim é impensável que em cidades como Aveiro, Coimbra, Faro para citar alguns exemplos, o clube mais apoiado não seja o da terra, como também é impensável um jogador de futebol duma equipa da 2ªdivisão ser por exemplo mais conhecido que o Frederico Gil.
Agora vamos tentar situar o xadrez neste panorama desolador. Eu cada vez acho mais incrível o mau tratamento que é dada a modalidade por todos. Desde os agentes da própria modalidade ao exterior.
Comecemos pelos dirigentes; a maior parte desconhece a realidade da modalidade, porque não joga xadrez e também não se preocupa muito em conhecer. Muitos dirigentes novos que aparecem são pessoas com desconhecimento total da modalidade e horizontes limitados que se contentam em ser o melhor da rua deles. A partir daí tudo o resto tem grandes probabilidades de correr mal, porque infelizmente essa mentalidade é passada aos jovens que em tenra idade são bastante influenciáveis.
Os jogadores de topo em Portugal provavelmente resignados perante a míngua de apoios e cada vez com menos esperança nesta área vão definhando e jogando cada vez menos.
Os pais pensam que por uma vitória mais conseguida, os seus filhos já são futuros campeões. Mal eles imaginam que o caminho para o topo, exige muito trabalho e não segue uma linha recta.
Organizadores de torneios fortes praticamente não existem, porque o xadrez não é mediático e a partir daí entramos claramente num ciclo vicioso. Para podermos sair dele, só mesmo com um esforço extra de todos nós.
- A Federação, como entidade máxima, deveria passar uma melhor imagem da modalidade quer interna, quer principalmente externamente. A única maneira de sair do marasmo é com um quadro competitivo forte e para tal são necessários apoios que só serão seguramente angariados com uma imagem duma Federação forte e capaz. Um bom departamento de Marketing e Comunicação é um investimento mais que justificado.
- Os jogadores de topo têm que fazer um esforço para passar uma melhor imagem de si e da modalidade. Nenhum patrocinador vai querer investir em equipas que não dão o seu máximo e que não são profissionais no seu comportamento.
- Os dirigentes têm que zelar pelo bem da comunidade em detrimento de vitórias fáceis e sem esforço e chegarem à conclusão que é mais importante ficar em 10º numa prova forte que ganhar a competição de caricas em pista coberta, passe o eufemismo.
- Os jovens não podem pensar que por ganharem algo que o caminho está terminado, muito pelo contrário ele agora começou. Devem-se mentalizar para o trabalho duro. Aliás, não conheço mais nenhuma modalidade que é possível atingir algum nível com tão pouco trabalho efectuado. Em desportos como a natação ou o ténis por exemplo, são necessários horas e horas de trabalho árduo para poder chegar a um nível aceitável.
Eu pessoalmente não acredito muito na mudança, mas se queremos que o nosso querido desporto seja reconhecido pela sociedade cabe-nos a cada um de nós dar um pouco mais de esforço na consecução de tal objectivo.
Reactivação do Blog
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Entrevista a João Barbosa
José Padeiro (JP): João Barbosa, obrigado por teres aceite o convite. A minha 1ªpergunta é linear; Como é que um jogador completamente estagnado no xadrez é neste momento um dos jogadores do momento no poker português, tendo em conta ( opinião minha ), que é mais difícil chegar ao topo no poker que no xadrez?
JP: Jogaste xadrez, passaste pelo bridge e agora jogas poker. Que semelhanças encontras? Tens saudades de jogar xadrez ou bridge ou são mesmo etapas ultrapassadas?
R: O xadrez não me deixa muitas saudades. Sei que nunca chegaria ao topo e não me motiva jogar sem essa ambição. Com o bridge as coisas são diferentes, é um jogo que adoro mas que suspendi para me dedicar por inteiro ao poker, possivelmente voltarei ao bridge daqui a uns tempos.
JP: Explica-nos como começou a aventura do poker? Se tivesses que dividir a tua carreira em 5 passos como farias essa divisão?
R: É difícil escolher passos numa evolução que é contínua, mas de qualquer forma foi mais ou menos assim:
- Comecei por jogar fixed limit holdem em 2005, decidi encomendar uns livros online e a estudar o jogo
- Uns meses mais tarde mudei para jogar principalmente no-limit holdem, fundamentalmente torneios e sit&go
- 2007 Abriu o poker nos casinos em Portugal, rapidamente me tornei cliente assíduo no casino de espinho.
- Início de 2008, profissionalização e dedicação quase só a cash games de no-limit holdem online. em consequência dos bons resultados e das promoções oferecidas pelo pokerpt.com oportunidade de jogar torneios de elevado buy in, vitoria no unibet open de Madrid.
- Participação em todos os torneios da 5ª season do european poker tour, vitoria no EPT de Varsóvia e patrocínio da Full Tilt Poker.
JP: Descreve-nos um dia a dia do João Barbosa durante um torneio de poker? Fazes alguma preparação especial, ou esperas simplesmente que o teu talento desabroche nas mesas de poker?
R: Não faço preparação especial para além de gerir o meu descanso nos dias anteriores para estar nas minhas melhores capacidades e aguentar sessões que podem durar até 10 horas. Quando chego a fases adiantadas nos torneios internacionais, por vezes informo-me do background dos meus adversários para saber com que tipo de jogador devo contar.
JP: Existe alguma imagem de marca tua nos torneios? Já ouvi falar dum famoso bloco. Foi inovação tua? Em que consiste?
R: Por vezes utilizo um bloco para apontar as minhas jogadas durante um torneio, mas não creio que possa chamar inovação a um bloco, é em tudo semelhante a um jogador de xadrez apontar uma partida.
JP: Imagina que aparece alguém que te diz que quer viver do poker. Que sugestões /conselhos lhe darias?
R: Depende muito de que ponto essa pessoa queria partir, se já jogava e com que resultados. Mas de qualquer forma aconselharia muita prudência e um grande controlo da ambição para dar um passo de cada vez.
JP: Preferes jogar ao vivo ou pela net? Quais achas que são as grandes diferenças?
R: Jogo bastante mais online do que ao vivo, se tivesse que escolher jogaria só online porque pelo número de mãos e de torneios que se joga é mais fácil ter consistência. Também gosto de jogar ao vivo mas é sempre no espírito de não contar com nada e tudo o que vier é bom.
JP: Ficas triste de nunca ter atingido um nível mais alto no xadrez ou pensas que realmente não é o teu jogo?
R: Não fiquei particularmente triste porque sei que nunca tive a dedicação necessária para subir de nível e talvez realmente não fosse o meu jogo. Quando me senti a ficar para trás acabei por abandonar de vez porque não me motiva jogar sem ambição de ser o melhor.
JP: É natural que o teu nível de vida tenha subido com os diversos prémios que tens ganho. Notas diferenças no tratamento das pessoas? Achas que encaixaste bem nessa mudança, ou por vezes perdes a cabeça?
R: Sinto diferenças em vários aspectos, as pessoas no mundo do poker demonstram bastante admiração o que é uma sensação muito boa. Em relação aos prémios acho que nunca perdi a cabeça, claro que tenho mais facilidades e fui melhorando a minha qualidade de vida quando pude mas sem grandes exorbitâncias.
Perguntas rápidas:
Quantas horas estudas por dia?
Já não estudo muito no sentido de ler teoria e assim. O meu estudo actualmente incide mais na analise das minhas próprias sessões e na auto-crítica. Isso é uma constante, sempre que estou a jogar, sempre que acabo uma sessão.
Quantas horas jogas por dia na internet?
Nos dias que jogo é em média 4 ou 5 horas.
Melhor torneio (poker)
EPT de Varsóvia de 2008. Porque foi a minha maior vitoria
Pior torneio (poker)
World Series of Poker 2008. Porque foi o primeiro grande torneio que joguei e um dos que perdi mais rápido.
Melhor vitória (xadrez)
Campeonato distrital de sub-14.
Momento que acreditaste poder ser profissional de poker
Quando comecei a jogar no casino de espinho, e a ter resultados que rivalizavam por cima com o meu ordenado na altura.